Resiliência e compromisso com a qualidade dos combustíveis

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) celebrou neste mês os 25 anos do Laboratório de Combustíveis (LAC-UFPE), referência nacional em pesquisa e metodologias analíticas para verificação da qualidade dos combustíveis.

Prestigiado pela comunidade acadêmica e por representantes governamentais e do setor energético, o evento evidenciou a sinergia entre a atuação científica da universidade e o trabalho contratado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no âmbito do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC).

Desde sua criação, o LAC-UFPE acumula mais de 500 trabalhos técnico-científicos relacionados ao tema, envolvendo mais de 600 pessoas entre docentes, estudantes, pesquisadores e técnicos.

A resiliência da equipe do laboratório ao longo de diferentes períodos de restrição orçamentária e desafios institucionais reflete um compromisso público exemplar com a qualidade técnica e com o interesse da sociedade. Mesmo diante das limitações, o laboratório manteve o ritmo de inovações e entregas relevantes para o país.

O PMQC, em funcionamento há mais de duas décadas, constitui um dos pilares da abertura do mercado de combustíveis e da política de liberdade de preços no Brasil. Seu propósito é duplo: garantir ao consumidor a livre escolha de onde e com qual combustível abastecer e oferecer evidências técnicas que sustentem as ações de fiscalização da ANP.

Estimular a concorrência leal e combater irregularidades continuam sendo missões centrais para o presente e o futuro do setor, e o programa desempenha papel estratégico nesse equilíbrio.

Em um contexto global de tensões geopolíticas, incertezas econômicas e transformações tecnológicas, a desinformação também se tornou um desafio. No mercado de combustíveis, boatos e informações falsas podem distorcer percepções e fragilizar a confiança pública. Nesse cenário, a informação qualificada, íntegra e baseada em dados técnico-científicos, como a produzida pelo PMQC, é essencial para orientar o poder público, os agentes econômicos e os consumidores.

A Resolução ANP nº 790/2019 modernizou o programa e estabeleceu diretrizes para seu financiamento junto aos agentes econômicos. A experiência recente do projeto-piloto de Goiás, conduzido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), demonstrou viabilidade econômica e preservou os pilares de qualidade técnica, integridade e formação profissional.

Para o fortalecimento contínuo do PMQC, é necessário que os editais de contratação de laboratórios priorizem históricos de integridade, excelência técnica e compromisso com o desenvolvimento científico e acadêmico. Esses valores são essenciais à construção de uma transição energética inclusiva e comprometida com o interesse público, como sugeriu o debate na Universidade Federal de Pernambuco.

Publicado originalmente no portal Petrus

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